Florbela Espanca (1894-1930) foi uma poetisa portuguesa das mais brilhantes. Segundo nos relatam os estudiosos, não pertenceu propriamente ao auge do período Simbolista português, porém possuía, sim, idéias simbolistas.
O poema que transcrevo aqui é um dos mais lindos (claro, em minha humilde opinião!!) já escritos por ela que, antes de ser poetisa, revelava-se mulher. Palavras divinas que também foram magistralmente interpretadas por Fagner, na canção "Fanatismo".
Fanatismo
Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio e Fim!..."
Algumas informações foram retiradas do site: http://www.secrel.com.br/jpoesia/flor.html#desejos
Imagem: Rose Canazzaro - "Desejos e Delírios"
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